Hoje, dia 21 de setembro, celebramos o Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência. Essa data foi estabelecida por movimentos sociais que buscavam dar maior visibilidade à causa e promover ações em benefício das pessoas com deficiência, foi oficializada pela Lei Nº 11.133, de 14 de julho de 2005. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS, 2011), existem atualmente mais de 1 bilhão de pessoas com deficiência no mundo, ou seja, 15% da população mundial.
O campo da deficiência inclui uma vasta gama de distúrbios físicos, sensoriais ou mentais, longe do estereótipo que sempre representa a pessoa com deficiência, como a usual placa de pessoa em cadeira de rodas. Muitos de nós ficarão temporariamente ou permanentemente restringidos em suas funções em algum momento da vida, e aqueles que sobreviverem até a velhice terão dificuldades crescentes de funcionamento cognitivo e fisiológico. Este problema torna-se mais relevante na medida em que a expectativa de vida aumenta e as pessoas vivem mais, podendo adquirir condições incapacitantes. Assim, a deficiência deve ser compreendida como parte importante da condição humana.
Cada época enfrentou de diferentes formas a questão moral e política de como melhor cuidar dessa realidade. Historicamente, as pessoas com deficiência têm sido atendidas por meio de soluções segregadoras, como instituições e escolas especiais ou pior, o abandono. Mas as respostas ao tema da deficiência vêm mudando, em grande parte estimuladas pelos movimentos de pessoas com deficiência e pela inclusão da questão na agenda de direitos humanos. Temos presenciado a mudança do paradigma excludente para o social inclusivo, a partir do reconhecimento de que as pessoas são deficientes tanto pela constituição de seus corpos como também por fatores ambientais.
As pessoas com deficiência enfrentam inúmeras barreiras ambientais em suas vidas diárias para obter acesso a serviços que a sociedade estabeleceu como essenciais, tais como: saúde, educação, emprego e transporte. Essas dificuldades são ainda mais exacerbadas em um contexto marcado pela desigualdade social como o da sociedade brasileira. Se as pessoas têm o direito de participar igualmente do mundo, isso inclui o acesso a espaços, eventos e serviços públicos e privados. Ambientes inacessíveis reforçam a deficiência, na medida em que as barreiras impedem a participação das pessoas. Alguns exemplos do impacto negativo produzido pelo ambiente são:
Assim, devemos refletir sobre as circunstâncias das pessoas com deficiência buscando explorar formas de promover sua participação social, ações que vão desde saúde e reabilitação, passando por educação e emprego. A caminhada rumo a um mundo mais inclusivo, onde todos tem direito à vida, saúde e condições dignas, passa necessariamente pela remoção das barreiras que impedem que as vozes das pessoas com deficiência sejam ouvidas e que lhes sejam garantidas a plena participação na vida de suas comunidades. Para tal se faz necessário que o Estado e a sociedade civil atuem na garantia de direitos como educação, saúde, trabalho e renda justa.
Convido a você caro(a) leitor(a), a olhar de uma nova maneira para esta questão, procurando promover a criação de ambientes inclusivos, apoiando programas que atuem em benefício das pessoas com deficiência e consequentemente de toda a nossa sociedade.