Antes de mais nada é preciso dizer que não podemos negar a existência de uma pandemia de COVID-19, por isso precisamos tomar medidas razoáveis e seguir as orientações divulgadas pela OMS (Organização Mundial de Saúde), que incluem novos hábitos de higiene, o uso de máscaras e o distanciamento social.
Dito isso, voltamos nossa atenção para o chamado “novo normal”, às várias mudanças de rotina e de comportamento e às novas realidades de home office, educação à distância e distanciamento social. Todos nós ainda estamos nos acostumando ao estilo de vida que envolve preocupações em contrair o vírus e o cuidado com pessoas próximas que sejam particularmente vulneráveis. Assim, compartilho aqui algumas dicas para quem busca equilibrar suas emoções, gerenciando o estresse diante das mudanças e dos novos hábitos impostos pela pandemia.
Encontrar uma maneira de aceitar a situação atual e gerenciar nossos sentimentos é de suma importância. Neste sentido, perceba a existência de um número infinito de situações possíveis que são muito maiores do que aquilo que podemos calcular e que, portanto, não podemos controlar tudo. Essa é uma atitude interior que, paradoxalmente, trará conforto, diminuindo o estresse e a frustração.
O objetivo não é livrar-se completamente da ansiedade, mas sim torná-la construtiva, ou seja, focada na preparação para situações futuras que podem ser previstas e cuidadas. Assim, evitamos a ingenuidade excessiva que nega orientações básicas dos órgãos de saúde aumentando a exposição aos riscos, ou a perturbação intensa desencadeada pela constante cogitação dos cenários catastróficos improváveis.
Se por um lado existem situações que não podemos controlar, por outro, podemos nos responsabilizar pelas coisas que podem impactar positivamente a nossa vida. Sabemos que seguir rotinas favorece a sensação de bem-estar, então podemos nos concentrar em manter horários regulares para sono e refeições, ter horários para exercícios e estabelecer limites de tempo para o trabalho. Permita-se usar a criatividade para incluir em sua rotina atividades que possam enriquecer a sua vida possibilitando prazer e satisfação, bem como momentos improdutivos, sem nenhum compromisso com o fazer.
Uma das coisas mais importantes que você pode fazer é perceber que não será possível conciliar todas as suas atividades como antes. Ainda vejo pessoas muito aceleradas gerando uma grande pressão interna, por acreditarem que precisam fazer de tudo para manter perfeitamente em ordem as suas tarefas. Se este for o seu caso, pense se faz sentido esperar que um atleta termine uma maratona realizando o melhor tempo possível, só que carregando um enorme peso extra. Logo, se faz necessário baixar padrões de exigência para corresponder à realidade que o “novo normal” impõe.
A conexão humana é uma necessidade básica que pode envolver um senso de unidade com outra pessoa ou grupo de pessoas e o sentimento de fazer parte de algo maior do que você. É a experiência de troca onde é possível compartilhar valores e talentos uns com os outros. Além disso, a capacidade de desenvolvimento e aprendizado em grupo é considerável, não pode ser descartada diante de tantos novos desafios.
Assim, como a conexão social é tão importante para nossa saúde mental, devemos pensar em opções para manter contato de forma segura e significativa durante esse período de maior distanciamento social. As vídeo chamadas com familiares ou amigos entram para a rotina, assim como formar parceria para fazer caminhadas ou exercícios ao ar livre e participar de eventos interativos, tais como: cursos, lives, grupos de discussão, jogos etc.
Podemos encarar a vida como uma jornada pessoal que possui muitos capítulos. Sabemos que este momento se trata de uma parte difícil da história, por isso precisamos refletir e ajustar nossas condutas para lidar com as situações, buscando tornar este capítulo o melhor possível. É bom lembrar que nem todos os capítulos da vida precisam ser maravilhosos e que muitos deles serão muito desafiadores. E finalmente, todos os capítulos terminam, ou seja, não ficaremos para sempre presos nesta parte da história.